31 julho 2011

O Dia Do Panico No Rio


- Olhe aqui. To preso e sou inocente. Voce alivie a minha barra, se nao vou te processar.

- Voce tem o direito de dizer que eh inocente. Mas nao de me ameaçar. 

- Eu ja tava no dia de me aposentar. Ai voce faz esse carnaval na imprensa, me acusando sem prova.  

- Meu caro G. Quem pediu a tua prisao  foi a PF. E quem mandou te prender foi o juiz. Fale com eles. Ta ameaçando a pessoa errada.

O delegado do Fisco no Rio estava preso. Era uma audiencia publica, conduzida pelo juiz Alfredo Portugal, que havia convocado o corregedor M. Leon para ajudar no interrogatorio. Estavam presentes quase uma dezena de acusados, seus advogados e um sequito de jornalistas. No intervalo da audiencia, o delegado G. chamou o corregedor para um particular. E aconteceu o dialogo que inicia este texto.

A  Corregedoria nao havia pedido a prisao de ninguem, pois nao tinha  poderes para isso. Tampouco conhecia a lista de pessoas que viriam a ser presas, com base apenas nas escutas telefonicas feitas pela PF. Somente na vespera da operaçao policial, o corregedor ficaria sabendo onde seriam cumpridos os mandados de busca e apreensao e quais seriam os presos. Aconteceu numa reuniao conjunta no gabinete do meritissimo, entre a PF, a Corregedoria, o MP, com a participaçao do superintendente do Fisco. 

Quando viu a lista dos que seriam presos, o superintendente Paul A. olhou para o corregedor e disse:

- So tem uma pessoa aqui que eu nao acredito que esteja envolvida: eh o Fernando Old.

Começava assim o pedido do corregedor ao juiz, que seria apresentado posteriormente, com base em documentos, e que levaria a libertaçao do funcionario.

Num dos proximos posts, vou contar o que realmente aconteceu com o Fisco da cidade maravilhosa, no dia do grande panico. Aguardem.


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