02 julho 2011

Vai Trabalhar, Vagabundo!



Albertoni Thethief esta dirigindo rumo ao Parkshopping. Ele esta a um passo de embolsar uma grana federal. Espera-o no estacionamento um medico cardiologista com 180 mil reais, acondicionados na mala preta.

Seu comparsa Cesare Levoleur vai logo atras. Ele acabara de convencer Albertoni de que um so deles devia pegar a dinheirama.  Seria o proprio Albertoni, que tinha negociado tudo e era mais intimo do medico.

Quando iniciaram a fiscalizaçao  na clinica, Albertoni e Cesare pediram os documentos de praxe. Nao era uma fiscalizaçao da Receita, e sim uma empreitada particular da dupla.  

Retornaram ameaçando com uma multa milionaria. Exigiram 220 mil para nao fazer o lançamento.  Exigiram nao seria o termo certo, ja que Cesare permanecia mudo. Somente Albertoni falava.  

Apavorados com o achaque, os medicos decidiram procurar a Corregedoria. Foi providenciada rapidamente a escuta telefonica sob ordem judicial, nas casas de um e de outro - e tambem no gabinete de trabalho deles. Albertoni era o chefe-substituto da fiscalizaçao da delegacia.

Albertoni era um tagarela.Nas gravaçoes, ele gerou uma profusao de provas contra ele proprio e seu emudecido colega. 

Houve uma profanaçao do templo, pois o corrupto tagarela negociava a pechincha dos medicos pelo telefone de seu gabinete, na maior cara de pau! Acabou ficando tudo por 180 mil, nao sem antes Albertoni enlamear seus colegas, dizendo:

- Meu irmao, esse dinheiro nao eh so pro Cesare e pra mim. Vai tambem pra quem nos auxilia nas etapas preliminares e termina no delegado. Assim voces ficam com a garantia de que nao voltam a ser fiscalizados, sacou!

Albertoni ja chegava no estacionamento. Num relance viu o jaleco branco do cardiologista destacar-se. Acenou para ele. Aproximou-se nervosamente, a tagarelice contida. Apertou a mao do medico, dizendo apenas um boa tarde. Com a mao esquerda pegou a mala preta, que continha algumas notas verdadeiras e muitos recortes de jornais.

Albertoni tinha caido numa cilada.

- Voce esta preso em flagrante - disse-lhe o delegado da Policia Federal, acompanhado pelos agentes.

Numa desesperada tentativa de safar-se, Albertoni soltou a mala preta, ergueu os braços e gritou aos policiais:

- Nao me toquem! Nao aconteceu nada.

Perto dali, Cesare Levoleur arrancou o carro em disparada.

Albertoni foi preso. Antes de entrar na viatura, ainda ouviu um desabafo do cardiologista:

- Vai trabalhar, vagabundo!

Ambos foram demitidos da Receita.     


Os nomes contidos neste artigo sao ficticios. Portanto, eventual igualdade com o nome de pessoas reais tera sido mera coincidencia.

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