30 junho 2011

Esquece o Código Da Vinci e Vai Estudar







Se tu acreditas que “a dor é boa”, vai ver o filme o Código da Vinci. Passada a fase do auge, o filme-livro que pretendeu revisar o  Cristianismo anda mofando nas prateleiras das bibliotecas e videolocadoras. 

Porém, amigo, se tu não estás entre os que abrem seus dias rezando com a Opus Dei, a dizer: “A dor é boa”, então não percas tempo: o filme é fraco, ruim mesmo. Não porque vem do livro homônimo de Dan Brown, um amontoado de loucas suposições e fantasias.

Bem, mas já que filme não é livro, o que era ruim no papel poderia - quem sabe? - ficar bom na tela, com um enredo de ficção divertido e boas fotos. Animado por essa expectativa, fui ao cinema. Que nada!, me dei mal. É mais um caça- níquel hollywoodiano. O elenco bom não salva o filme de ser medíocre e soporífero, salvo uma ou outra disparada de carros em perseguição e fuga.


Dan Brown pretende que toda a história da civilização ocidental-cristã seja um engano de dois mil anos. Milhares de pensadores e gênios da história universal teriam dormido no ponto sem perceber essa fraude, até o autor de O Código Da Vinci surgir e despertar a humanidade, revelando finalmente o código sagrado. Isso é, desvendando o segredo do Santo Graal, que não tem nada físico. O segredo seria a própria história malcontada do cristianismo.


O livro de Brown reúne todo o lixo gnóstico, que é sempre revolvido e reciclado nas antevésperas de Natal e Páscoa a cada ano pela mídia hostil ao cristianismo (olhem aí o tal Evangelho de Judas e o velho gnosticismo apresentado como novidade, dias atrás).

Consultando os arquivos da lixeira, Dan Brown afirma que Jesus não era divino, era humano, demasiado humano, e casado com Maria Madalena. E assim era visto por seus seguidores desde sempre, até que Constantino, no ano 325 d.C, em conluio com os cardeais do Concílio de Nicéia, impôs a unidade entre Jesus e Deus, que passariam a ser a mesma pessoa.


O autor de “O Código Da Vinci” não acerta nem nas datas. São tantas as evidências a colocar o livro como um verdadeiro samba do crioulo doido, que já o Evangelho de João, cujo consenso entre os estudiosos o dá por escrito entre 85 e 100 d.C, é a primeira evidência. O evangelista escreveu no mais teológico livro do Novo Testamento:


“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós” (João 1, 14).


O Evangelho de João não deixa, pois, margem à nenhuma dúvida quando iguala Jesus a Deus, e o faz 200 anos, no mínimo, antes do Conselho de Nicéia reunir-se para, segundo Brown, “criar a farsa de Jesus divino”. Ouçam, pois, a gostosa canção “O samba do crioulo doido” e vejam a seguir o filme. As pirações batem uma com a outra, tudo fecha nesse non sense. Oba, então, está combinado:“A Leopoldina virou trem" e "Constantino disse amém". Dan Brown só merece um conselho: "Vai estudar!"

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