03 setembro 2011

Duvanier Zero Por Cento Anuncia Zero Por Cento

Dito e feito! Entao eh zero por cento pra todo mundo, a rodo - disse o embromador-mor aos embromados, depois quatro meses de reunioes. Zero neste ano e zero no ano que vem. E isso eh tudo, porca miseria!

- Perai, que a ministra me chamou. Volto logo, pra gente ja ir discutindo o reajuste de 2013 - disse Duvanier aos perplexos sindicalistas.
 
O homem esta no papel dele, que eh o de embromar ad aeternum.  Apostaria que ele executa sua missao com denodo e ate com uma ponta de orgulho, dado que eh tudo que esta ao seu alcance fazer - e faz bem feito, convenhamos  - assim como um tatu so pode cavoucar, e o faz com igual maestria.  Portanto, nao execremos o Duvanier.  Ele abre buracos, e caem neles os desavisados. Eu antecipei neste blog o que me parecia obvio:o homem eh zero por cento.   Para percentuais superiores a nulidade numerica, o endereço fica no quinto andar do Ministerio da Fazenda, onde despacha o doutor Guido Mantega.

Que fazer, agora, que fazer...

Sair em busca do tempo jogado no lixo. Reconhecer a falta de autonomia de Duvanier para negociar eh o primeiro passo. Pois quem tem autonomia e poe-se a negociar com aquele que nao a tem caminha rapido para o prejuizo. Porque assume compromisso e concede, enquanto a contraparte, por nao ter autonomia, nada assume e nada concede. Por ai nao se chega a bom porto jamais.


Em segundo, reconhecer o obvio: a crise mundial dos mercados cria um momento deveras dificil, que endurece o governo para conceder reajuste ao funcionalismo. Veja-se o recente desentendimento entre o Executivo e o STF, no tocante ao aumento do Judiciario. 

Caros colegas, podem pintar as caras e ir dançando a dança da guerra. Mas existe uma pedreira pela frente: um governo inflexivel, pelas incertezas da conjuntura internacional.  Somente uma muito bem articulada campanha pode dar-nos alguma possibilidade de remover a pedreira. Por bem articulada campanha, entenda-se a soma de forças de Auditores e Analistas, em paralisaçoes crescentes de advertencia, culminando, se necessario, na paralisaçao geral.

Simultaneamente, inserçoes na midia, esclarecendo o publico das razoes do movimento. Completa-se com um compromisso inequivoco do secretario Barreto, a ponto de entregar o cargo, caso nao haja negociaçao de verdade, isto eh, com o ministro. Ja tivemos esse nobre precedente, em que um secretario pediu pra sair, em favor da categoria, numa conjuntura tambem adversa. O mesmo vale para as demais chefias: superintendentes, delegados, inspetores etc. Somente com a Receita Federal unida eh que se pode falar em enfrentamento. Do contrario, teremos melhor proveito no zero a zero do que sairmos esfolados numa causa perdida.  Fechemos este palpite com uma citaçao acaciana: muito antes o empate do que a derrota!  

2 comentários:

Isidoro Leite disse...

Boas suas sugestões. Mas, para darem certo seria necessário:
- um sindicato que realmente representasse os interesses da categoria;
- um sindicato que realmente estivesse interessado em defender os interesses da categoria;
- um sindicato que realmente fosse capaz de unir a categoria;
- um sindicato que tivesse alguém capaz de realmente, negociar;
- detentores de cargo na administração realmente interessados na RFB;
- detentores de cargo na administração realmente desapegados de cargos e funções;
- uma categoria que realmente acreditasse em seus representantes.
Tudo isso que digo é com relação à campanha salarial e sua negociação. E não acredito que haja todas essas condições favoráveis para que consigamos mais do que “ZERO”.

E só p´rá lembrar: na última campanha salarial - de triste memória – o governo impôs um reajuste em 3 parcelas, sendo que a última delas seria efetivada neste ano da graça de 2011!

Esperançosas saudações sindicais,

Isidoro

Moacir Leão disse...

Falou e disse, colega. Falou e disse.