13 novembro 2011

Uma Eternidade No Cargo, Outra Na Rua!

O delegado de Julgamento da Receita Federal em Santa Maria (RS), Pedro Anceles, foi demitido. Constam como fundamentos da demissao a pratica de ato de improbidade administrativa e de gerir empresa. Pedro estava na funçao havia 15 anos e era especialista em legislaçao da atividade rural e das cooperativas. Muito tempo para nao dar errado! Um Auditor-Fiscal, que conhece ha 30 anos o ex-delegado, escreve-me dizendo-se arrasado e estarrecido com a expulsao. E emendou: Os caras, quando ficam muito tempo nos cargos, acabam fazendo bobagem.

Embora nao seja um axioma, a sentença do colega pode ser aplicada com sucesso a uns quantos casos de faraos na Receita. Ja vamos  definindo que bobagem eh bem menos do que desonestidade. Mesmo assim, estorva a organizaçao. Por que manter um sujeito quinze, dezessete anos no cargo...Para nada mais serve, senao para iludi-lo de que ele eh o melhor e convence-lo dessa verdade! Estando dito que tudo eh vaidade, na vaidade das vaidades, nao fica dificil qualquer um achar-se insubstituivel, ate o dia da queda. Um superintendente ja se preparava para comemorar duas decadas no cargo, quando foi exonerado. Certa feita, o homem ligou-me na corregedoria, muito brabo: Voces pegam os bois sem pedir licença ao dono da fazenda. Os bois, no caso, eram dois Auditores e um Analista, convocados pela corregedoria para investigar fraudes. Pudera! Quase 20 anos na funçao incutiram-lhe na cachola que a Receita era a fazenda dele, onde ele tropeava pra la e pra ca a boiada! Hoje, o tropeiro velho virou mais um consultor.  

Apenas numa situaçao em que nao houvesse ninguem preparado para substituir o insubstituivel, eh que se justificaria a longevidade no cargo. Porem, essa situaçao passa bem longe da Receita, que tem uma pletora de recursos humanos de qualidade. Ficar ad aeternum para que...Somente para fazer bobagem. Ou coisa pior, muito pior!

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