16 maio 2006

Fiscal Corrupto Não Faz Greve. A Receita Faz




Na sombra, sem refresco. Os fiscais da Receita Federal em Brasília em greve exigem salários decentes e uma fiscalização eficaz, em benefício da população. Se ouvirem eles, o contrabando de metralhadoras está com os dias contados.

Os Fiscais da Receita estão em greve

Todo o apoio à greve. Ela é pela recuperação dos salários aviltados, tornando-os condizentes com a alta responsabilidade do cargo. Todos sabem como é preciso estudar para ser Auditor-Fiscal. Muitos jovens formandos e mesmo experimentados profissionais de outras esferas, públicas e privadas, esforçam-se por passar nesse concurso, sempre disputadíssimo. Desta rigorosa seleção, emerge uma massa formidável de talentos variados, que faz a riqueza da Receita Federal. Não tem apadrinhados nem cabide na Receita, só o bom e democrático concurso público.
E no entanto os salários estão aviltados e perderam valor quando comparados a outras categorias funcionais.
Enquanto isso, não há negociação

Passaram-se duas semanas de greve, e nada. O governo faz ouvidos de mercador. A Unafisco está pedindo que seja aberta negociação dentro da própria Receita Federal, pois, é incrível, não está havendo interlocução. É mais do que chegada a hora de receber e ouvir os pedidos dos fiscais honestos, que batalham pelo salário digno e por uma fiscalização de verdade, eficaz. Os grevistas nunca exigiram propina, ignoram o que é ter um milhãozinho em conta bancária, quanto mais várias dezenas de milhões do "vil metal". Pois é: fiscal corrupto não faz greve, só pára quando é preso. Mas também não precisa ter raiva dos que fazem.

Chega de Contrabando que arma os bandidos

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Eu não duvido de que boa parte do arsenal de metralhadoras, fuzis, submetralhadoras e armas de elevado poder de fogo, que aterrorizou São Paulo ontem, venha embalada nos contêineres que entram no Brasil pelos portos alfandegados. A "lei", lei coisa nenhuma - o lixo normativo que sufoca a fiscalização da Receita é o principal responsável pelo poder de fogo dos marginais. É preciso triplicar o número de fiscais e fiscalizar amostras muito maiores do que as de hoje. Aí está: cada vez mais o futuro da Receita Federal depende de seu quadro funcional e da entidade de classe, que tem-se mostrado capaz de ir além do umbigo e defender causas de elevado interesse geral, como a campanha "Chega de Contrabando" e "Chega de Confisco", em benefício da coletividade. A luta pela correção da tabela do imposto de renda, em plena ordem do dia, tem nos fiscais da Receita e na Unafisco seus maiores defensores

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