06 agosto 2006

As Ruas Que Falam em Rio Pardo


Nas ruas da histórica e gaúcha Rio Pardo andei todos os dias até os 18 anos, quando peguei a mochila rumo à universidade e ao trabalho, como tantos jovens do interior.
A cidade é linda, pequena mas não tanto, cortada por dois rios - o que lhe emprestou o nome e o Jacuí - todos se conhecem, afeto e amizade nunca são demais.
Torno às ruas riopardenses, com minha mulher e filhos, nascidos em outras plagas, para rever velhos amigos e conhecidos, pedindo apoio ao projeto anticorrupção que pretendo levar ao Congresso Nacional.

Vamos atacar o monstro na face. Não é a política daqueles senhores, não. É coisa séria, para valer, eu sei que o povo de Rio Pardo acredita, pois conhece a história do conterrâneo que anda pelas ruas da cidade.

A imagem encimando este post serviu de fachada ao colégio Auxiliadora, minha primeira e inesquecível escola, nos anos 60 e 70. Num relance me vem a generosa imagem da madre Nadir Bertholdo, que não está mais entre nós. Lembro da irmã Canísia, a professora que me alfabetizou e prossegue até hoje no seu ofício, tocada pela longa vida com que o Altíssimo lhe agraciou. Onde andará a irmã Delfa, nossa mestra de Português? Ainda se pode sentir o cheiro do ateliê da irmã Carlota, uma escultora de tantas obras que nos encantava, guris e gurias, vendo objetos e formas de animais e pessoas surgirem de discos de vinil fundidos, gessos e palhas... A irmã Amélia ainda ensinará inglês neste wild world? Do you remember?

A imponente fachada do Auxiliadora foi restaurada nos moldes originais da antiga Escola Preparatória e de Tática de Rio Pardo, que desde o século dezenove formava os militares que percorreriam o oficialato.

Por ali passou o presidente Getúlio Vargas, nos idos de 1900. Conta-se que, num ato de insubordinação, em solidariedade a companheiros expulsos da escola, Getúlio subiu a cavalo as escadarias internas do prédio - ato que também resultou no desligamento da escola daquele que seria o maior presidente brasileiro.

Tamanha é a história inscrita em Rio Pardo, que as casas antigas, ruas e vultos parecem falar e nos espreitar de algum lugar do passado, como se indagassem a cada um dos passantes a resposta que eles já sabem: "Aonde vais"?

5 comentários:

Caritas souzza disse...

OLá! Vim visitar seu belo blog e parabenizar por ser destak na GB. Está aqui tudo m-a-r-a-v-l-h-o-s-o !!!!!!!!! Parabéns. Desejo uma excelente semana! Bjos doces

NIcinha na Holanda disse...

Olá MOacir,
Parabéns pelo destaque na GB. Voce merece.
Abraços,
Eunice

NIcinha na Holanda disse...

Olá Moacir,
Parabéns pelo destaque na GB. Como vivo no exterior, as informações que recebo sempre chegam, de certa forma, filtradas. Não acompanho o dia a dia aí no Brasil. É bom poder ler aqui mais um ponto de vista. Não votei este ano, pois não tive tempo para regularizar o meu título de eleitor. Porém, sempre que tenho que votar, fico no dilema de não fazer a escolha certa, por não vivenciar o dia a dia aí ( como disse acima); dependendo assim de informações de outras pessoas, que influenciará na minha escolha, o que talvês fosse diferente se eu tivesse a convivência. Desejo sucesso para voce e boa sorte na escolha do novo presidente.
Tenha uma boa semana.
Eunice

De disse...

Sou sua colega.Desde o dia 31 de julho tenho me lembrado de você e hoje vi numa lista de emails que não sou só eu.
Acredito que você entenda o que estou tentando te dizer.
Ainda estou na ativa e não sei o que esperar.
Também tenho um blog(aliás mais que um) e adoro poesias e também escrevo como uma forma de exconjurar o meu dia-a-dia, além de ter alergia a corruptos.
Abraços e nunca abandone a poesia. É ela, juntamente com a boa música, que impede que a gente desista, pois mostram que também existem pessoas de alma pura.
Não esmoreça.
'O tempo é o senhor da razão."
Denise

observatório do além disse...

Olá, gostaria de saber do estado de tetraplegia do Moacir Leão.
Alguém tem notícia do estado de imobilidade total com alimentação por sonda e respiração via aparelhos ?
E o fato de manter a mente em perfeitas condições, para tornar a doença mais cruel ainda ?
É a constatação do velho ditado: aqui se faz, aqui se paga . . .